sob o disfarce calculado? Como fica?
Sua metáfora adstringente
Sua ode em banheiros públicos
São lapsos da consciência cansada
Estrada a ser descoberta sob a chuva.
E a porta do porão trancada?
A louça engordurada?
Seu cinema mudo no feijão-com-arroz?
Seu metal indisponível
Seu indecifrável voto de abstinência
São submissões incoerentes
Rua com saída única ao consolo próprio.
O filtro alfinetando arquétipos nada muda.
O verso adornado devaneia a alma.
O escombro impertinente apodrece.
Sim, contemple o belo autêntico.
Adiante o passo imprescindível.
Diminua a marcha da enfermidade diária.
Ignore a estupidez nos tratos.
Até abstraia para parecer banal.
Todavia, o recurso raro mostra-se sorrindo.
Mas, e essa luta toda a vida
sob o disfarce calculado? Como fica?
O amparo de cristal, o abismo de limo
São via dupla do sem sentido
Ladeira acima na banguela da angústia:
- Campânula do seu amor.
(Vânderson Domingues, 2005)
© Todos os direitos reservados ao autor
Foto: Pixabay
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