Se olho pro céu
Não olho pro mar
Se olho pro mar
Onde mais olhar?
Se olho preciso olhar:
Cabe-me o céu, me cabe o mar
E onde... o mar que não está aqui?
Se olho pro mar e o mar não está
Só penso no olhar
Esqueço do mar
Eu olho pro céu, não olho pro mar –
Eu penso no mar:
Preciso do céu, almejo o mar.
Minha retina fotografa uma lágrima no horizonte...
Assim não cabe o céu nem cabe o mar.
Mas há sempre um pouco de luz na ponta de um olhar.

(Vânderson Domingues, 1997)
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