Estou pobre, irmão
Pobre de uma pobreza visível
Quantificada e palpável
Pobreza que me falta
Os “ora, pois” dos discursos
Os intelectos obtusos
Os labirintos filosóficos
O feijão e o arroz...
Mas tu, irmão
És pobre de uma pobreza imaterial
Profunda
Uma pobreza que rasga o Ser
Num insaciável vazio do ter
Uma pobreza camuflada de verniz
De falácia e sorriso feliz
Que só vê quem pode/quer ver...
A minha pobreza se resolve
Com alguns míseros quinhões
Com luta, labuta
Mas a tua pobreza
Necessita uma genuína mudança
Da tua quase inexeqüível
Transformação da alma.
(Vânderson Domingues, 2011)
*Publicada em 2014 no livro Multiverso: Amor, Reflexão & Serenidade
© Todos os direitos reservados ao autor
Foto: Pixabay
0 Comments