Da janela do meu quarto não vejo a vida de fato
mas eu tenho minha imaginação
e de fato, imaginação não é a vida,
mas a fuga poética da realidade da vida.

Escondido nas quatro paredes do meu mundo
meus anseios de liberdade podem buscar fora a imaginação
e através de as minhas inspirações posso viver novos mundos:
belos, feios, ou simplesmente mundos meus.

Minha imaginação não é um sentimento.
É apenas a maneira que tenho de construir 
realidades alternativas sem que os outro saibam o que é.

Então, perfeitamente posso ver anjos e demônios
dançando sob a luz do luar,
ou se matando sem motivo aparente... 
E, talvez, anjos e demônios não passem de imaginação
(desde pequenos nos ensinam imaginá-los).

Não quero dizer com isso
que a imaginação não tem valor por não ser real.
Mas que tem valor apenas para quem imagina.

E é importante imaginar, pensar...
Cada um na sua hora.
Pensar é refletir o que vimos
imaginar é refletir o que não vimos.

- Se tão belas as flores do campo 
são apenas por querer imaginá-las assim e nada mais.

(Vânderson Domingues, 1997)

* Publicada originalmente no ano 1997 no livro Praxis de Poesia e Prosa

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